Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A União Africana (UA) exigiu terça-feira a abertura dum inquérito independente para identificar e julgar os autores dos recentes crimes políticos cometidos durante diferentes movimentos de greve geral na República da Guiné Conakry.
Num comunicado divulgado na capital etíope, o presidente da Comissão da União Africana (UA), Alpha Oumar Konaré, condenou com firmeza o uso desproporcionado da força e a repressão contra a população civil que provocou várias perdas de vidas humanas neste país da África Ocidental.
Konaré indicou que continua a acompanhar com preocupação a degradação da situação na Guiné Conakry após a nomeação de Eugène Camara como primeiro- ministro e chefe do Governo.
As manifestações na Guiné-Conakry após o apelo à greve geral lançado pelos sindicatos em Janeiro de 2007, fizeram várias vítimas (mais de 53 motos) e a situação agravou-se no fim-de-semana passado onde outras pessoas foram abatidas (23 mortos).
De acordo com Konaré, os últimos acontecimentos neste país são uma confirmação de que a crise que assola a Guiné Conakry é profunda e com um carácter político. Esta crise só pode ser resolvida no quadro das discussões e dum diálogo franco entre todas as partes em causa.
Ele instou o Presidente guineense Lansana Conté a respeitar escrupulosamente o espírito e a carta do acordo concluído a 27 de Janeiro último entre os seus representantes e os sindicatos.
Por outro lado, o director-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, apelou com urgência para a cessação das violências e a garantia da segurança dos líderes sindicais na Guiné Conakry.
"A violência e os confrontos em Conakry já causaram muitas perdas de vidas humanas e ameaçam a população civil e os líderes sindicais, dos quais Rabiatou Diallo, um membro respeitado pelas instâncias dirigentes da OIT", disse Somavia.
Num comunicado divulgado terça-feira em Addis Abeba, pela Representação Regional da OIT para África, Somavia pediu às autoridades e a todos os que exercem o poder na Guiné Conakry para abrir negociações imediatas de toda boa fé a fim de pôr termo à violência.
O responsável da OIT exortou igualmente as autoridades guineenses a encontrar através do diálogo soluções para as preocupações sérias exprimidas pelos trabalhadores, pelas enridades patronais e pelo povo da Guiné Conakry em geral.
Addis Abeba - 13/02/2007
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