Conakry, Guiné Conakry (PANA) :
Centenas de habitantes dos bairros periféricos da capital guineense, nomeadamente Hamdallaye, Bambéto, Cosa e Dar-es Salam, foram quarta-feira obrigados pelos militares a varrer as ruas da cidade, constatou a PANA no local.
As forças da ordem mataram quatro pessoas terça-feira à noite nos bairros próximos do Aeroporto Internacional de Conakry elevando para 112 o número de passoas mortas desde 10 de Janeiro último, quando se iniciou a greve desencadeada pelas centrais sindicais.
Quarta-feira de manhã, os militares continuavam a patrulhar a cidade a bordo de viaturas todo-terreno e motas, com disparos no ar, e obrigando as populações a ficar em casa apesar do aligeiramento do estado de sítio decretado segunda-feira à noite.
Esta medida foi tomada pelo Presidente Lansana Conté que acusa "certas pessoas mal intencionadas de estarem por detrás dos grevistas a fim de provocar uma guerra civil na Guiné Conakry".
O estado de sítio vigora doravante das 6 às 12 horas locais e das 18 às 6 horas até 23 de Fevereiro em todo o território nacional.
O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Kerfalla Camara, a quem o Presidente confiou durante este período todas as responsablidades incluindo civis, declarou terça-feira, numa messagem radiotelevisiva, que todas as reuniões públicas e privadas assim como os cortejos ficam proibidos, excepto os ofícios religiosos.
"Autorizo as Forças Armadas a fazer o uso das suas armas em caso do desrespeito dessas medidas. Todo o automoblista que recusar parar num controlo militar será morto", declarou o general Camara, acrescentando que os seus homens podem a qualquer momento proceder a busca ao domicílio à procura de armas, munições e engenhos explosivos.
Em vários bairros da alta periferia de Conakry, elementos das forças da ordem efectuam rusgas aos domicílios, batendo os habitantes, roubando telemóveis e dinheiro, e violando mulheres, soube a PANA de fontes concordantes.
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