sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Guiné-Bissau desmente envio de soldados para Guiné Conakry

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Estado-Maior-General das Forças Armadas da Guiné-Bissau (EMGFAGB) desmentiu terça-feira qualquer presença de soldados seus na vizinha Guiné Conakry alegadamente para proteger alguns interesses do Presidente Lansana Conté.
"É totalmente falso. Não temos ninguém na Guiné Conakry. Mais uma vez estamos a dizer que é falso", declarou o porta-voz do EMGFAGB, Arsénio Baldé, desafiando os autores do que considerou "especulação mentirosa" para apresentarem provas dessa presença de soldados.
"É outra mentira fabricada lá por pessoas com conexão na Guiné-Bissau. Desafio-os a apresentarem um soldado que fale português e que o levem para uma rádio ou para a televisão e o entrevistem", insistiu Baldé.Segundo ele, só com esta diligência é que se poderá provar as especulações segundo as quais estariam em Conakry soldados que se expressam em português, logo, oriundos da Guiné-Bissau.
As declarações de Baldé surgem um dia depois de uma publicação "online" da Guiné-Conakry, a "aminata.com", citada pelo jornal português Diário de Notícias, ter denunciado uma alegada presença de tropas da vizinha Guiné-Bissau em três locais em redor de Conakry.
Segundo a aminata.com, que cita fontes dos Serviços de Segurança da Guiné-Conakry (DST), os militares bissau-guineenses estarão a guardar a residência oficial da "segunda dama" local, Hadja Kadiotou Seth Conté, a missão diplomática da Guiné-Bissau e o Bairro da Cimenteira, em Matoto.
No artigo assinado pelo seu director Paul Moussa Diawara, a publicação refere que os militares teriam sido alegadamente enviados pelo Presidente João Bernardo "Nino" Vieira para apoiar o seu amigo de longa data Lansana Conté, retribuindo assim a ajuda que este prestou durante o conflito militar de 1998/99 na Guiné-Bissau.
A Guiné Conakry vive actualmente duras consequências da represessão violenta de manifestações populares no quadro de uma greve geral ilimitada decretada há um mês pelas centrais sindicais do país.
Desde sábado, pelo menos 23 pessoas foram mortas durante manifestações de protestos contra a nomeação sexta-feira passada de Eugène Camara para o posto de primeiro-ministro.O Presidente Lansana Conté decretou segunda-feira à noite o estado de sítio, ordenando o Exército a fazer respeitar a ordem.
Praia - 14/02/2007

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