Os partidos signatários do Pacto de Estabilidade Governativa na Guiné-Bissau anunciaram hoje que rejeitam qualquer proposta do Presidente «Nino» Vieira de nomear o futuro primeiro-ministro para solucionar a crise política no país.
O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa conjunta promovida pelos dirigentes do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), PRS (Partido da Renovação Social) e PUSD (Partido Unido Social-Democrata), antes do presidente interino do PUSD, Augusto Barai Mango Fernandes, ter anunciado que a força política que dirige está fora do Pacto de Estabilidade.
Segundo disseram aos jornalistas os representantes dos três partidos, o facto de o Presidente ainda não ter decidido sobre a questão indicia a sua pretensão de ser ele a nomear o novo primeiro-ministro.
À luz dos acordos assinados entre as três forças políticas que constituem a nova maioria no parlamento, o novo chefe do governo será indicado pelo PAIGC, devendo apenas ser figura de consenso.
Os partidos, que exigem a mudança do governo após a moção de censura no Parlamento do executivo liderado por Aristides Gomes no passado dia 19 do corrente, não compreendem o facto de o Presidente ainda não se ter decidido sobre o assunto.
Os partidos signatários do Pacto de Estabilidade chamam à atenção da comunidade internacional, alertando que os riscos da actual crise na Guiné-Bissau podem vir a ter os mesmos contornos da situação registada na Guiné-Conacri.
Nos passados meses de Janeiro e Fevereiro deste ano, os sindicatos e a oposição na Guiné-Conacri realizaram várias manifestações de protesto contra o regime do Presidente Lansana Conté, reclamando a nomeação de um novo primeiro-ministro, de que resultaram cerca de centena e meia de mortos.
Também durante a conferência de imprensa, os partidos reafirmaram a sua determinação de levar a cabo manifestações de rua a partir de sábado, em resposta às «gmanobras dilatórias e anticonstitucionais» do Presidente «Nino» Vieira.
Diário Digital / Lusa --
28-03-2007 17:07:00
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