quarta-feira, 7 de março de 2007

EMILIO S. MENUT- Um Militante do Desenvolvimento Industrial: Honra lhe Seja Prestada.

Emílio Menut visitou ontem a sede da Tecbio (Foto: Francisco Viana)
O país africano acredita que a instalação de usinas de biodiesel é a solução para o seu déficit de energia

Com um déficit em energia elétrica de 65%, a Guiné-Bissau, país localizado no Oeste da África, está interessada na tecnologia cearense do biodiesel para abastecer usinas termelétricas. Ontem, o diretor geral do Ministério da Indústria, Comércio e Artesanato da Guiné-Bissau, Emilio Sariot Menut, visitou o escritório da Tecbio, empresa co-fundada por Expedito Parente, criador do biodiesel. O encontro, segundo Menut, teve como objetivo realizar uma sondagem para uma visita do ministro da Indústria em julho próximo, quando deverá ser assinado um contrato com a Tecbio.

O país africano tem 1,4 milhão de habitantes, com renda per capita de US$ 140. A economia e as exportações são de base agrícola. A energia elétrica, que atende apenas 35% das necessidades, é gerada por termelétricas, movidas a diesel, cuja importação pesa na balança comercial: cerca de 40% das importações da Guiné-Bissau são de combustível.

´O biodiesel seria a solução para o nosso problema de energia e criaria emprego no campo´, avalia Emilio Menut. Outro ponto positivo para a implantação da tecnologia é a presença natural de plantas oleaginosas no país, como espécies de palmeiras, pinhão manso e mamona. ´As vantagens do biodiesel são enormes em relação ao petróleo´, acredita o diretor, mesmo o país tendo uma reserva ainda inexplorada do combustível fóssil.

Para ele, a produção do biocombustível em seu país serviria como um ´espelho´ para os demais país do ocidente africano´. ´Fazemos parte da Uemoa (Organização Econômica dos Estados do Oeste Africano), que congrega sete países e 70 milhões de pessoas, tem uma moeda comum e um Banco Central único. Podemos ser o ponto de divulgação do biodiesel na África´, explica.

A intenção do governo, segundo Menut é que, até o fim deste ano, ´tudo em relação a cooperação com a Tecbio esteja amarrado. Para que, em janeiro de 2008, a instalação possa começar a acontecer´.

A utilização da tecnologia cearense para a implantação de usinas de biodiesel em Guiné-Bissau faz parte de um acordo de cooperação entre o governo brasileiro e o do país africano. Segundo Altair Maia, consultor que intermedia as negociações, a idéia é que haja uma espécie de ´escambo´. Guiné-Bissau cederia castanha de caju para ser beneficiada no Brasil e este disponibilizaria tecnologia e equipamentos para aquele. ´E o biodiesel está dentro deste pacote maior´, esclarece Maia.

Barcos

O diretor geral do Ministério, que é também engenheiro naval, esteve também na Indústria Naval do Ceará S.A (Inace) ontem. Ele afirmou que o país tem interesse em comprar navios para a pesca e para o patrulhamento de sua costa. ´Temos um litoral ótimo pela pesca e, como não temos nenhum barco, concedemos licenças. Mas como a pesca é uma concessão temos que patrulhar a costa. Por isso, precisamos dos barcos´, diz o diretor.

Ele está em Fortaleza para participar do XI Encontro Internacional de Negócios do Nordeste, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), com solenidade de abertura, hoje, às 19h30min.

KÉLIA JÁCOME
Repórter --------------------------------------------------------------------------------

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