Os partidos signatários do Pacto de Estabilidade Governativa na Guiné-Bissau confirmaram hoje ao chefe de Estado, João Bernardo «Nino» Vieira, a escolha de Martinho N`Dafa Cabi para o cargo de primeiro-ministro guineense.
A opção foi anunciada aos jornalistas por Ibraima Sory Djaló, primeiro vice-presidente do Partido da Renovação Social (PRS), à saída do encontro que as três forças políticas signatárias do Pacto mantiveram hoje com «Nino» Vieira.
A reunião serviu ainda para clarificar posições, no sentido de permitir ao chefe de Estado tornar público o decreto presidencial que nomeará o novo primeiro-ministro, sublinhou Sory Djaló.
De acordo com este dirigente partidário, o decreto presidencial será anunciado «a qualquer momento».
João Bernardo Vieira chamou os dirigentes dos três partidos signatários do pacto - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Partido da Renovação Social (PRS) e Partido Unido Social Democrata (PUSD)-, para lhes comunicar a intenção de ser ele a nomear o novo primeiro-ministro e indicar alguns membros do novo executivo.
Segundo o dirigente do PRS, as três forças não aceitaram as pretensões do chefe de Estado, mantendo o nome de Martinho Cabi, proposto pelo PAIGC.
Quanto à possibilidade de elementos do executivo demissionário integrarem o novo governo, Sory Djaló remeteu para as direcções partidárias uma decisão a esse respeito.
«Para uma pessoa integrar um governo tem de ter a concordância do seu partido, uma decisão que se toma a nível dos órgãos próprios dos partidos. Deixámos claro ao Presidente que os problemas dos partidos são assuntos internos dos partidos», salientou Sory Djaló.
A maioria dos elementos do anterior executivo aceitou integrar o executivo de Aristides Gomes, no âmbito do Fórum de Convergência para o Desenvolvimento (FCD), não cumprindo as indicações dos respectivos partidos.
O FCD, que era a base parlamentar do governo de Aristides Gomes, é um espaço político constituído a volta da figura de «Nino» Vieira, aquando das eleições presidenciais de 2005.
Questionado por que razão o chefe de Estado anda não se pronunciou sobre a figura escolhida pelos três partidos signatários do pacto, Sory Djaló considerou que «Nino» Vieira «quer ouvir toda a gente antes de decidir».
Mas, frisou, «garantiu-nos que agora vai tomar a sua decisão e anunciá-la ao país a qualquer momento».
Desde a demissão do governo de Aristides Gomes, no seguimento da moção de censura aprovada no parlamento a 19 de Março passado, é a quinta vez que os partidos do pacto se reúnem com o Presidente da República.
«O Presidente disse que vai tomar a sua decisão sobre quem será primeiro-ministro, mas nós mantemos a nossa posição sobre o nome de Martinho Cabi», reafirmou Sory Djaló, escusando-se a responder sobre qual será a reacção dos partidos caso «Nino» Vieira escolha outro nome.
Diário Digital / Lusa
09-04-2007 21:07:08
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