Reconheceu o ministro das Finanças
Guiné-Bissau perdeu o rasto de 700 kg de cocaína apreendida
2007-05-25 15:03:47
Bissau – Issuf Sanha, ministro guineense das Finanças, reconheceu perante a Assembleia Nacional que as autoridades não sabem onde estão 700 kg de cocaína apreendida em Setembro de 2006.
A delicada questão da droga na Guiné-Bissau regressou à Assembleia Nacional Popular, ANP, esta quinta-feira, 24 de Maio, quando Issuf Sanha, ministro das Finanças, reconheceu que perderam o rasto de 700 kg de cocaína supostamente depositados nas instalações do Tesouro Publico.
Em Setembro de 2006 uma operação da polícia judiciária guineense resultou na apreensão de 700 kg de cocaína e na detenção de dois colombianos. Vários rumores já circulavam em Bissau do suposto desaparecimento da droga e dos dois colombianos, porém o silêncio prevaleceu devido aos rumores de também estarem envolvidos no tráfico «grandes nomes» dos círculos políticos e militares da Guiné-Bissau. A situação agravou após alguns jornalistas terem sido ameaçados, através de chamadas anónimas, caso abordassem «assuntos» referentes ao narcotráfico no país.
Este silêncio foi agora quebrado por Issuf Sanha que além de reconhecer o desaparecimento dos 700 kg de cocaína afirma que «não existem provas que a droga tenha sido destruída», e aponta responsabilidades ao antigo governo de Aristides Gomes ao qual exigiu explicações do misterioso desaparecimento.
Segundo declarações do antigo ministro da Finanças, Victor Mandinga, a cocaína em causa teria sido incinerada durante uma cerimónia que contou com a presença da televisão nacional e agentes da Policia Judiciaria, no entanto estas declarações foram desmentidas pela própria Policia Judiciaria que garante nunca ter participado em tal acto.
Um relatório da Interpol já alertara para a progressão alarmante do narcotráfico Guiné-Bissau, fazendo deste país uma das plataformas africanas do tráfico de importantes quantidades de cocaína oriunda da América Latina com destino à Europa.
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