Bissau - Foi uma das maiores operações de sucesso nos últimos meses. Quinze cidadãos estrangeiros foram detidos na madrugada desta quarta-feira pela polícia guineense durante uma operação de rusga em Bissau.
Os detidos de nacionalidades, colombiana, nigeriana, porto-riquenha e seraleonesa, estavam na posse de cerca de um milhão de dólares americanos em notas falsas e uma quantidade de droga não especificada.
A notícia avançada pelos responsáveis do Ministério da Administração Interna aconteceu uma semana depois da Polícia Judiciária portuguesa ter apreendido no aeroporto de Lisboa, mais de 40 quilogramas de cocaína provenientes da Guiné-Bissau. O que vem ilustrar quão o tráfico de droga ganhou proporções preocupantes e a larga escala nos últimos tempos no país.
Bem consciente da dificuldade interventiva ou operacional que a polícia guineense enfrenta, o primeiro-ministro, Martinho NDafa Cabi, afirmou ser necessário repor a «autoridade» do Estado e foi peremptório ao afirmar que há muito tempo que o país revela a ausência do Estado e que chegou a altura de «corrigir» a situação.
Durante a visita que efectuou ao Ministério da Administração Interna, numa atitude de solidariedade para com os agentes da polícia, o chefe do Executivo guineense «declarou guerra, sem trégua, contra a delinquência e o tráfico de droga no país».
Martinho N’Dafa Cabi lembrou que o consumo da droga é nocivo a saúde pública e que é preciso tomar medidas urgentes para diminuir a prática. O Primeiro-ministro guineense promete ainda, através do Ministério da Administração Interna, desmantelar redes de tráfico e consumo de drogas, espalhadas pelos subúrbios de Bissau e em algumas cidades regionais.
Entretanto os detidos encontram-se na segunda esquadra de Bissau, esperando a instauração dos respectivos processos judiciais.
Nos últimos meses, o tráfico de droga tem sido uma prática notável na sociedade guineense, perante uma clara impotência das autoridades. Aliás, em alguns casos fala-se mesmo da conivência dos agentes da polícia e dos militares no tráfico.
Lássana Cassamá