Bissau, Guiné-Bissau (PANA) - A Guiné-Bissau criou uma comissão inter-ministerial para lutar contra a droga e esclarecer o desaparecimento de mil e 200 quilogramas de cocaína apreendidos desde Setembro de 2006 até ao momento, anunciou sexta-feira em Bissau o ministro do Interior, Baciro Dabo. "Altas autoridades do Estado estão envolvidas no tráfico de droga e o governo actual ignora por onde passou toda a quantidade de droga apreendida. É por isso que esta comissão foi criada para esclarecer este caso", disse Dabo, sublinhando um apelo lançado pelo governo e pelo chefe do Estado, João Bernardo "Nino" Vieira, à comunidade internacional para combater contra o tráfico de droga na Guiné-Bissau. O govrno precisa de meios de transporte navais, aéreos e terrestres. Precisamos igualmente de aviões para levar a cabo operações de observação, embarcações rápidas, meios de comunicação via satélites", acrescentou. O presidente da Liga dos Direitos Humanos, Luís Vaz Martins, avisou por sua vez que "a Guiné-Bissau corre o risco de se transformar em um narco-Estado", estimando que altas autoridades do Estado, assim como altos oficiais do Exército estão implicados neste assunto de tráfico de estupefaciente. "Houve uma grande quantidade de droga, 632 quilogramas apreendidos em Setembro passado e desapareceu com a cumplicidade de membros do governo", afirmou. A LGDH, prossegue, denuncia a libertação, sem julgamento, de oficiais do Exército e de cidadãos estrangeiros detidos em Abril passado com cerca de 700 quilogramas de cocaina. "É preciso condenar estas pessoas implicadas no tráfico de droga e que contribuiram para manchar a imagem de marca da Guiné-Bissau no estrangeiro", indignou-se, alertando que aviões continuam aterrar ou descarregar "sem parar" grandes quantidades de cocaina em Cufar (sul) e no arquipélago dos Bijagos (sudoeste). Bissau - 02/06/2007